terça-feira, 27 de julho de 2010
Mães
Por que Deus permite que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite, é tempo sem hora,
luz que não apaga quando sopra o vento
e chuva desaba, veludo escondido
na pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento.
Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça, é eternidade.
Por que Deus se lembra - mistério profundo- de tirá-la um dia?
Fôsse eu rei do mundo, baixava uma lei:
Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre
junto de seu filho e ele, velho embora,
será pequenino feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade
Postado por Izabel às 14:41 0 comentários
Marcadores: poesia
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